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  • Foto do escritorMateus Lamari

Frio ou Calor? Gelo ou Bolsa Quente?

O uso de gelo ou bolsa de água quente é comum entre praticantes de atividade física, pois esses são recursos de utilização simples e bastante acessíveis. Porém, eles causam resultados diferentes no corpo e é muito importante saber em qual ocasião utilizar cada um. Afinal, por mais que pareçam inofensivos, sua utilização incorreta pode agravar o caso.



CRIOTERAPIA:

O gelo deve ser utilizado quando existe um processo inflamatório. Devemos ficar atentos aos 5 principais sinais da inflamação, que são:

-dor

-inchaço

-vermelhidão

-aumento da temperatura local

-diminuição da função (mobilidade e força)

O gelo nessa situação ajuda a reduzir o inchaço e a dor, além de limitar a extensão da lesão. Em casos de lesões agudas (geralmente até 72h), como entorses de tornozelo, quanto mais rápido o uso do gelo melhor.

O gelo é um anti-inflamatório, mas existem outras duas funções importantes do gelo para o alívio de dores: o relaxamento muscular e a analgesia. Ao resfriar o local, a sensibilidade dos nervos é reduzida e o cérebro entende que houve diminuição das dores – e relaxa o músculo.

Tempo de aplicação:

- 20 minutos de aplicação com intervalo de 2 horas. Repetir o máximo de vezes ao dia

Ou

-30 minutos de aplicação com intervalo de 3 horas. Repetir o máximo de vezes ao dia

Precaução redobrada em locais onde existem nervos mais superficiais, como a região do cotovelo e lateral do joelho. Cuidados com a pele também são extremamente importantes. Você deve ficar atento a sinais de queimaduras, principalmente pelo tempo de exposição aumentado ao gelo. Não ultrapasse 30 minutos. É comum, na vontade de uma melhora imediata, os atletas prolongarem o tempo de crioterapia, mas isso pode causar queimaduras na pele, principalmente em idosos, que tem pele mais fina e frágil, impossibilitando de realizar o tratamento, e atrapalhando na reabilitação.


O frio seria contraindicado em contraturas musculares, assim como em alguns tipos de lesões de tendão, pois o gelo diminui o aporte vascular. Outra contraindicação seria antes da prática esportiva, pois como altera a sensibilidade e melhora a dor, pode “mascarar” lesões.


Para uma lesão melhorar, células inflamatórias tem que chegar naquele local. Pois ela não serve só para gerar dor e problema, mas também para reparar o tecido lesionado. Se você usar o gelo dias depois da lesão iniciada, inibe demais a chegada dessas células, que são benéficas.

IMERSÃO NO GELO/CRIOIMERSÃO:

Após a prática de exercício físico vigoroso em treinamentos e principalmente competições, é comum que o atleta apresente dor muscular, que interferem no rendimento. Esta dor é também chamada de dor muscular de origem tardia (DMOT), que ocorre devido ao acúmulo de ácido lático no músculo e lesões do tecido conjuntivo. Surge em 24 horas, atinge seu pico entre 48 e 72h e acaba em torno de cinco dias.

Nenhum atleta quer ou pode perder tempo ou desempenho. Para isso, acelerar a recuperação após um grande esforço físico é essencial para a continuidade e melhora da performance em qualquer esporte. Visando acelerar a recuperação após exercícios (recovery) e oferecer melhores condições fisiológicas para o desempenho dos atletas, a crioimersão é utilizada.

Algumas considerações são muito importantes e devem ser observadas:


- O atleta deve ser submerso, no mínimo até as cristas ilíacas, mas pode-se optar pela imersão ao nível do esterno ou até ombros; - A temperatura da água deve ser controlada entre 11 e 15 °C. - O tempo de duração deve estar entre 11 e 15 minutos. - Quanto ao momento de iniciar a crioimersão, o ideal é que seja iniciada imediatamente após o exercício físico ou treinamento.

- A crioimersão pode ser utilizada em dias consecutivos sem causar problemas ao atleta, porém é mais bem indicada em dias de treinos ou jogos onde o esforço é maior. - Uma única aplicação de crioimersão, imediatamente após o esforço é suficiente. Os estudos não apresentam diferenças entre uma ou mais aplicações no mesmo dia.

O método facilita o retorno venoso, levando o sangue rico em oxigênio e nutrientes para as pernas novamente. Os resultados esperados são: melhora da dor, fadiga e desempenho no dia seguinte.

TERAPIA DE CALOR:

Calor gerado pela bolsa de água quente ajuda no relaxamento muscular, sendo assim deve ser utilizado em casos de tensões musculares.

Se você tem alguma contratura muscular crônica, isto é, você sempre sente algum músculo tenso, o calor vai aliviar a contração muscular excessiva apenas temporariamente, e o real motivo dessa tensão deve ser diagnosticado e tratado por um Fisioterapeuta.

Se a pessoa tem uma tensão muscular sempre após os treinos, o alívio de dores acontece por meio do calor. Os vasos sanguíneos são dilatados, facilitando o fluxo de sangue no local. Isso contribui para um aumento do aporte de oxigênio aos tecidos da região, facilitando suas funções. Nesses casos, o calor também pode funcionar como um componente de analgesia (alívio de dores), ao reduzir a contratura muscular.


Nunca use bolsa de água quente logo após uma lesão ou se o local apresenta alguns dos sinais inflamatórios citados acima. O calor irá piorar o quadro. A temperatura deve ser alta, porém suportável, sem causar queimadura, e o tempo de utilização é até não estar mais quente.

A compressa morna pode ser utilizada de 3 a 4 vezes ao dia, durante 15 a 20 minutos, mas deve sempre estar enroladas numa fralda de pano ou outro tecido fino, para que a pele não seja queimada.


Para fazer uma compressa quente em casa, basta utilizar uma fronha de travesseiro e 1 kg de grãos secos, como arroz ou feijão, por exemplo. Deve-se colocar os grãos dentro da fronha, amarrar bem para formar uma trouxa, aquecer no microondas durante cerca de 3 a 5 minutos, deixar amornar e aplicar na região dolorida durante 15 a 20 minutos.

Outra opção é esquentar uma toalha de rosto em uma panela com água. Não deixe ferver. Teste antes de aplicar no local machucado. Deixe em torno de 15 minutos.


TERAPIA DE CONTRASTE:

Em processos inflamatórios articulares onde há necessidade de ganho e amplitudes de movimentos, pode-se intercalar calor e frio no local, pois o calor auxilia a vascularização sanguínea e o gelo diminui os efeitos inflamatórios.


Consiste numa alternância entre o calor e o frio, com objetivos vasomotores, ou seja, alterações circulatórias que os agentes frio e calor promovem nos tecidos. Os vasos sanguíneos dilatam quando é aplicado calor e estreitam com a aplicação de frio. Esta mudança de calibre dos vasos sanguíneos estimula a circulação.


É indicado para lesões articulares, em que há formação evidente do edema, que já passaram da fase aguda. Por realizar uma espécie de drenagem do edema, esta técnica é usada nas lesões das articulações distais do corpo, como pés e mãos, até porque melhoram a mobilidade articular. Muito útil em casos de edema residual, pra finalizar o processo, onde a área necessita drenar o edema em fase final, mas ao mesmo tempo aporte sanguíneo para movimentação articular.


São usados dois recipientes dentro dos quais os locais atingidos devem caber por inteiro; em um deles coloca-se água quente, e no outro, água gelada.


Como aplicar o banho de contraste?

A terapia deve começar mergulhando-se o local atingido em água quente, por um tempo de 3 ou 5 minutos (5 para casos mais graves). Em seguida e sem descanso, passa-se para a água gelada, por 1 ou 3 minutos (3 para casos graves). Em cada sessão, essa técnica pode ser alternada de 3 a 5 vezes, sendo que o tempo total da aplicação da técnica do banho de contraste é de 20 a 30 minutos (20 para área menor/edemas menores e 30 para áreas maiores/ edemas maiores). Essa terapia pode ser realizada até 4 vezes ao dia.


Para mais dúvidas, sugestões e agendamentos, entre em contato pelos nossos números ou redes sociais:

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