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  • Foto do escritorMateus Lamari

Lesões na Corrida

A corrida de rua envolve baixo risco de lesões traumáticas agudas, mas as lesões por sobrecarga e esforços repetitivos são comuns, principalmente nas articulações que suportam o peso do corpo. Isso inclui a coluna, quadris, joelhos, pés e tornozelos.



Dores na coluna

Dor na coluna do corredor é um problema comum, principalmente devido aos impactos repetitivos que se mantêm por tempo prolongado. Sobrepeso, fraquezas e desequilíbrios musculares, má técnica de corrida e aumento repentino dos treinos, gerando picos de carga, são fatores que aumentam a sobrecarga na coluna e podem contribuir para a ocorrência de dor lombar.


A dor de origem muscular é a causa mais comum de lombalgia. Acontece, geralmente, associada a um aumento na carga de treino, quando a musculatura ao redor da coluna ou quadril está fraca. Pode estar associada a pontos de tensão muscular e pontos gatilho de dor.

A dor discogênica decorre de alterações nos discos intervertebrais e piora quando o atleta se inclina muito para frente durante a atividade. Em alguns casos, pode levar à compressão do nervo ciático, quando a dor passa a se irradiar para as pernas.

Dores no joelho

A Condromalácia da patela, tendinite patelar, atrito da banda iliotibial e artrose são as principais causas de dor no joelho do corredor. São quadros clínicos que muitas vezes se confundem, de forma que não é recomendável que se assuma um diagnóstico sem a avaliação de um Fisioterapeuta especialista.


Falhas na técnica de corrida podem estar associadas ao desenvolvimento destes problemas. Quando o corredor não amortece a pisada adequadamente, a patela fica sobrecarregada. Isso pode ser reconhecido por uma corrida “muito barulhenta”, principalmente quando correndo na esteira.


Condromalácia patelar

A condromalácia da patela é certamente a principal causa de dor no joelho do corredor, sendo também reconhecida pela denominação de “joelho do corredor”. Ela decorre do aumento da pressão de contato entre a patela e o fêmur, onde ela está apoiada, razão de seu amolecimento ou desgaste.


Uma lesão nessa região articular da patela tem classificação em graus que pode ser desde um simples amolecimento, até um grau mais avançado como fissuras ou degeneração e, até mesmo exposição do osso subcondral.


Fatores anatômicos ou estruturais que prejudicam o encaixe da patela com o fêmur, também podem ocasionar neste tipo de lesão e por fim, fatores biomecânicos como o desequilíbrio e a fraqueza muscular.


A condromalácia nem sempre apresenta sintomas, mas quando eles aparecem são caracterizados por dor na região anterior do joelho.


Essa dor aparece durante atividades do dia a dia, quando essas exigem descarga de peso como subir e descer escadas ou ficar muito tempo de pé, uso prolongado de salto alto, agachar, pular (em excesso), correr e por fim, ficar muito tempo sentado com o joelho dobrado.

Algo bem comum em pessoas com condromálacia patelar são crepitações (estralos) no joelho quando este é flexionado, outro sintoma é o inchaço no joelho logo após atividades vigorosas.


Tendinite patelar

A tendinite patelar se caracteriza pela dor anterior do joelho infrapatelar, causada por esforço repetitivo sobre o tendão patelar e do quadríceps. É comum em corredores, principalmente a partir dos 40 anos. Apesar de aparentemente inofensiva, pode incapacitar a prática esportiva. É uma das doenças do joelho que mais afeta os atletas, ocorrendo em até 20% dos corredores.


Existem diversas hipóteses de porque a tendinite patelar ocorra. A mais aceita é de que, em algum momento, o músculo anterior da coxa perde sua capacidade de absorver o impacto por redução da qualidade de contração excêntrica, gerando sobrecarga ao tendão patelar. Acredita-se, ao ter que exercer parte da função do músculo quadríceps, o tendão acaba sofrendo alongamento e encurtamento acima do seu limite fisiológico e, como consequência, ocorre inflamação intensa em um primeiro momento, seguida de degeneração. Ao degenerar, o tendão fica mais espesso, comprime a membrana que o envolve, reduzindo o seu fluxo sanguíneo, agravando ainda mais o problema.

Síndrome do Trato Iliotibial

O atrito da banda iliotibial provoca uma dor na face externa do joelho, sendo comum em corredores e ciclistas. Está associada a um encurtamento do trato iliotibial (uma fascia localizada ao longo de toda a face externa da coxa) e a um mau alinhamento dos membros inferiores durante a corrida.


A fraqueza da musculatura glútea (principalmente o glúteo médio) leva a uma “queda” da pelve na fase de contato do pé ao solo, com aumento da tensão sobre o trato iliotibial. Habitualmente o corredor inicia a corrida bem, e a dor aparece após uma determinada distância de treino.

Artrose de joelho

Entre os corredores, a artrose do joelho passa a ser uma causa frequente de dor. A dor ocorre principalmente no início e após a corrida, e pode estar associada a um rangido no joelho. Ainda que leve muitos atletas a abandonarem a corrida, alguns corredores com artrose relativamente avançada são capazes de manter suas rotinas esportivas com relativo conforto. Assim, um bom trabalho paralelo de Fisioterapia é fundamental para o corredor com artrose.


Um estudo recente realizado na Baylor College of Medicine, do Texas, constatou uma menor incidência de artrose nos corredores, independentemente da idade, sexo e tempo no esporte. Os pesquisadores analisaram dados de 2.683 participantes ao longo de oito anos. De acordo com a pesquisa, 22,8% dos participantes que tinham praticado corrida em algum momento de suas vidas eram portadores de artrose do joelho, em comparação com 29,8% daqueles que nunca tinham corrido. A constatação é ainda mais significativa quando se considera que a idade média dos participantes do estudo foi de 64,7 anos.


Os pesquisadores de Baylor acreditam que um menor índice de massa corporal de corredores coloca menor “pressão” sobre o joelho. Isso aliado a uma boa capacidade de absorção de energia cinética da musculatura preparada e desenvolvida para a corrida “protegeria os joelhos”.

Síndrome de estresse tibial medial

A Canelite ou Síndrome do Estresse Tibial Medial é uma lesão por overuse, mais comum em praticantes de corrida, isso, pois acomete cerca de 10% a 14% desses atletas apresentando dor na face interna e anterior do terço médio-distal da perna.


A sua origem definitiva é desconhecida, porém acredita-se que seu surgimento ocorre de um atrito, ou sobrecarga na borda posteromedial da tíbia que gera uma periostite (inflamação do periósteo – membrana inervada e vascularizada que recobre o osso) provocando o quadro álgico.


Os fatores de risco são:


· Estresse repetitivo principalmente em corridas e saltos;

· Pés planos e pronados (“pé chato”);

· Pés cavos (acentuado arco plantar);

· Aumento de intensidade de treino muito rápido;

· Mudanças de piso de treinamento;

· Mulheres são mais suscetíveis;

· Sobrepeso;

· Membros inferiores em varo (perna em formato de “alicate”);

· História prévia de canelite.

Fasceíte plantar

A Fascite Plantar surge quando o tecido fibroso conhecido como fáscia plantar do pé está inflamado, devido a um esforço exagerado dessa região.

Os sintomas são: dor forte na planta dos pés ainda pela manhã ao dar os primeiros passos, porém, diminui ao longo do dia e também inchaço nos mesmos.

A principal causa da lesão são esforços repetitivos da fáscia plantar ao mau amortecimento de impacto, sobrecarregando a estrutura.

A dor pode aumentar com exercícios físicos, aumento de peso ou idade avançada, além de ficar muito tempo de pé, ter pés planos ou cavos, falta de atividade física, corrida excessiva e/ou intensa, distúrbio de pisada durante a realização do exercício físico, diferença de comprimento das pernas, esporão de calcâneo, encurtamento do tendão de Aquiles e por fim, o uso de calçados inadequados.

Tendinite do tendão calcâneo/aquileu


A tendinite do tendão calcâneo, conhecida também como tendinite de tendão aquileu é o estado em que ocorre a inflamação ou degeneração do tendão de Aquiles, com inchaço e presença de dor.


O tendão de Aquiles fica na parte de trás da perna, e liga os músculos da panturrilha aos ossos do calcanhar.


As causas são relacionadas ao desgaste do tendão, ocasionando em uma inflamação, além de que pessoas com artrite também tem facilidade em desenvolver a tendinite, pessoas que tiveram alguma lesão ou infecção a ponto de desenvolver uma inflamação no local.

Além disso, o aumento da intensidade dos exercícios e a falta de alongamento/aquecimento também podem levar à tendinite do calcâneo.


Os sintomas dessa lesão são:


· Dor no calcanhar e no tendão ao caminhar ou correr;

· Rigidez ao acordar;

· Sensibilidade ao toque e aos movimentos

· Inchaço e calor no local;

Essas lesões devem ser avaliadas pelo Fisioterapeuta para que se encontre a causa e se determine o tratamento mais adequado. Felizmente, esses problemas tendem a ter uma ótima resposta com Fisioterapia, razão de um trabalho de correção na técnica de corrida, fortalecimento muscular e correção do movimento. Para maiores informações, consultas, tanto online quanto presenciais, entrem em contato.


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